
Causas
O contágio do vírus ZIKV se dá pelo mosquito que,
após picar alguém contaminado, pode transportar o ZIKV durante toda a sua vida,
transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele.
O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a
fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos
ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período,
transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes
aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45
dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias para o
Zika vírus causar sintomas.
O vírus
ZIKV não é transmitido de pessoa para pessoa. O contágio se dá pelo mosquito
que, após picar alguém contaminado
A transmissão do ZIKV raramente ocorre em
temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a
32° C - por isso ele se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. A fêmea
coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o
embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam o embrião
do mosquito transmissor da Zika Vírus podem suportar até um ano a seca e serem
transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes e
esperando um ambiente úmido para se desenvolverem. Essa é uma das razões para a
difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta,
o inseto demora dez dias, em média. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no
segundo dia após se tornarem adultos. Depois, as fêmeas passam a se alimentar
de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.
Saiba mais
O mosquito Aedes aegypti mede menos de um
centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no
corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da
tarde, evitando o sol forte. No entanto, mesmo nas horas quentes ele pode
atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante
a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento.
Por ser um mosquito que voa baixo - até dois metros - é comum ele picar nos
joelhos, panturrilhas e pés.
Sintomas
Sintomas de Zika Vírus
Os sinais de infecção pelo Zika vírus são parecidos
com os sintomas da dengue, e começam de 3 a 12 dias após a
picada do mosquito. Os sintomas de Zika Vírus são:
- Febre baixa (entre 37,8 e 38,5 graus)
- Dor nas articulações (artralgia), mais frequentemente nas articulações das mãos e pés, com possível inchaço
- Dor muscular (mialgia)
- Dor de cabeça e atrás dos olhos
- Erupções cutâneas (exantemas), acompanhadas de coceira. Podem afetar o rosto, o tronco e alcançar membros periféricos, como mãos e pés.
Sintomas mais raros de infecção pelo Zika vírus
incluem:
- Dor abdominal
- Diarreia
- Constipação
- Fotofobia e conjuntivite
- Pequenas úlceras na mucosa oral.
Diagnóstico e Exames
Diagnóstico de Zika Vírus
Se você suspeita de Zika vírus, vá direto ao
hospital ou clínica de saúde mais próxima. O diagnóstico deverá ser feito por
meio de análise clínica e exame sorológico (de sangue).
A partir de uma amostra de sangue, os especialistas
buscam a presença de anticorpos específicos para combater o Zika vírus no
sangue. Isso indicará que a doença está circulando pelo seu corpo e que o
organismo está tentando combatê-lo. A técnica RT-PCR, de biologia molecular,
também pode ser usada para identificar o vírus em estágios precoces de
contaminação.
Para diferenciar o vírus Zika da febre chikungunya
e da dengue, outros exames podem ser feitos:
- Testes de coagulação
- Eletrólitos
- Hematócrito
- Enzimas do fígado
- Contagem de plaquetas
- Raio X do tórax para demonstrar efusões pleurais.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Zika Vírus
O tratamento para o Zika vírus é sintomático. Isso
que dizer que não há tratamento específico para a doença, só para alívio dos
sintomas. Para limitar a transmissão do vírus, os pacientes devem ser mantidos
sob mosquiteiros durante o estado febril, evitando que algum Aedes aegypti o
pique, ficando também infectado.
Saiba mais
Pacientes afetados com Zika Vírus podem usar
medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. Entretanto, assim como na dengue
e febre chikungunya, os medicamentos à base de ácido acetilsalicílico
(aspirina) ou que contenham a substância associada devem ser evitados. Eles têm
efeito anticoagulante e podem causar sangramentos. Outros anti-inflamatórios
não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também devem ser evitados.
O uso destas medicações pode aumentar o risco de sangramentos.
Os sintomas se recuperam espontaneamente após 4-7
dias. Se você sentir incômodo por mais tempo, volte ao médico para investigar
outras doenças.
Convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
Ainda não se sabe muito sobre as complicações que o
Zika vírus pode causar. Recentemente ele foi relacionado pelo Ministério da
Saúde à casos de microcefalia - uma condição neurológica rara
identificada em geral na fase da gestação - e à Síndrome de Guillan-Barré, que é uma doença autoimune em
que o sistema imunológico ataca o sistema nervoso por engano, que o causa uma
inflamação nos nervos e fraqueza muscular.
De acordo com o Ministério da Saúde, as
investigações sobre microcefalia e o Zika vírus devem continuar para esclarecer
questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a
infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise
inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
Prevenção
Prevenção
O mosquito Aedes aegypti é o transmissor do vírus e
suas larvas nascem e se criam em água parada. Por isso, evitar esses focos da
reprodução desse vetor é a melhor forma de se prevenir contra o Zika vírus.
Veja como:
Evite o acúmulo de água
O mosquito coloca seus ovos em água limpa, mas não
necessariamente potável. Por isso é importante jogar fora pneus velhos, virar
garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal seja propenso à formação de
poças, realizar a drenagem do terreno. Também é necessário lavar a vasilha de
água do bicho de estimação regularmente e manter fechadas tampas de caixas
d'água e cisternas.
Coloque areia nos vasos de
plantas
O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar
acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo
regularmente ou colocar areia. A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo
evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos.
Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente
tornam-se foco de Zika Vírus devido ao constante uso de produtos químicos, como
xampu, sabão e água sanitária. Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam
água estagnada em seu interior. Nesse caso, o ideal é que ele seja fechado com
uma tela ou que seja higienizado com desinfetante regularmente.
Limpe as calhas
Grandes reservatórios, como caixas d'água, são os
criadouros mais produtivos de febre Zika, mas as larvas do mosquito podem ser
encontradas em pequenas quantidades de água também. Para evitar até essas
pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve
entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes
aegypti.
Coloque tela nas janelas
Embora não seja tão eficaz, uma vez que as pessoas
não ficam o dia inteiro em casa, colocar telas em portas e janelas pode ajudar
a proteger sua família contra o mosquito Aedes aegypti. O problema é
quando o criadouro está localizado dentro da residência. Nesse caso, a
estratégia não será bem sucedida. Por isso, não se esqueça de que a eliminação
dos focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção.
Lagos caseiros e aquários
Assim como as piscinas, a possibilidade de
laguinhos caseiros e aquários se tornarem foco do Zika vírus deixou muitas
pessoas preocupadas. Porém, peixes são grandes predadores de formas aquáticas
de mosquitos. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são
limpas com frequência.
Seja consciente com seu lixo
Não despeje lixo em valas, valetas, margens de
córregos e riachos. Assim você garante que eles ficarão desobstruídos, evitando
acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe as latas de lixo sempre bem
tampadas.
Uso de repelentes
O uso de repelentes, principalmente em viagens ou
em locais com muitos mosquitos, é um método paliativo para se proteger contra o
Zika vírus. Recomenda-se, porém, o uso de produtos industrializados. Repelentes
caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja não possuem
grau de repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito
tempo. Além disso, a duração e a eficácia do produto são temporárias, sendo
necessária diversas reaplicações ao longo do dia, o que muitas pessoas não
costumam fazer.
Suplementação vitamínica do
complexo B
Tomar suplementos de vitaminas do complexo B pode
mudar o odor que nosso organismo exala, confundindo o mosquito e funcionando
como uma espécie de repelente. Outros alimentos de cheiro forte, como o alho,
também podem ter esse efeito. No entanto, a suplementação deveria começar a ser
feita antes da alta temporada de infecção do mosquito, e nem isso garante 100%
de proteção contra o Zika vírus. A estratégia deve se somar ao combate de focos
da larva do mosquito, ao uso do repelente e à colocação de telas em portas e
janelas, por exemplo.
Fontes e referências
- Sociedade Brasileira de Infectologia - entidade sem fins lucrativos que visa promover o desenvolvimento da especialidade de Infectologia, bem como os intercâmbios científico, técnico, cultural e social entre seus associados e profissionais da área.
- Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças – organização da União Europeia cujo objetivo é identificar as ameaças para a saúde humana tanto atuais como em vias de aparecimento. Ki louko!!!!!!!
E aí ficou ligado no Zika? Previna-se
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